quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Licenças para Parques Eólicos da BA


A título de informação ou de reflexão, chamo a atenção para o DOE da Bahia do último dia 20/01 (sexta-feira), quando trouxe a tona um verdadeiro "redemoinho de ventos" com a publicação das licenças de localização de vários parques eólicos. Vários desses parques estão em regiões milidrosas do ponto de vista ambiental, exatamente, por se encontrarem em áreas onde existem ou se pretendem criar Unidades de Conservação, como é o caso de Morro do Chapéu, Ourolândia, Sento-sé e Casa Nova; porém, os municípios de Brumado, Dom Basílio, Rio de Contas, Gentio do Ouro e Xique-xique terão seus patrimônios naturais comprometidos por esses empreendimentos.

Foram 06 empresas agraciadas, 09 municípios envolvidos, 111 parques a serem implantados com potencial de gerar 2.688,8 mega wats em mais de 1400 aerogeradores espalhados em superfícies montanhosoas, principamente da Chapada Diamantina e norte do Estado.


Empresas Municípios Parques/subparques Aerogeradores Potencia - MW

EMPRESA PARANAENSE DE PARTICIPAÇÕES S.A Gentil do Ouro / Xique-xique 26 309 494,4

PARQUE EÓLICO CRISTALÂNDIA LTDA Brumado, Dom Basílio e Rio de Contas 4 ? 120

MOINHOS DE VENTO ENERGIA S.A Sento-sé / Umburanas 69 866 1732

BRENNAND ENERGIA EÓLICA S/A Sento-sé 2 23 46

CASA DOS VENTOS ENERGIAS RENOVÁVEIS S/A Morro doChapéu 7 130 206,4

ELETROWIND S/A Casa Nova 3 51 90
Total 6 9 111 1379 2688,8







Só para refrescar as idéias (daqueles que estão de férias ou se preparando para gozá-las): Morro do Chapéu possui as UC's Cachoeira do Ferro Doido, Gruta dos Brejões e o Parque Estadual de Morro do Chapéu (este último por força de decreto está tendo sua poligonal redefinida quisar para acomodação dos parques); Em Ourolândia e Sento-sé encontra-se inserida a maior parte da área de estudo para implantação de UC's (Parque Nacional e APA - Boqueirão das Onças). Casa Nova assim como Sento-sé já pertencem a APA Lago de Sobradinho. São locais de beleza rara, formada por serras, grutas e rios, onde ainda, abrigam-se rica fauna e flora que precisam ser preservados.

A especulação das áreas, onde serão instalados os aereogeradores, tem gerado conflitos por terras entre os proprietários dessas regiões, com prejuízos para os nativos é claro. Muitos estão vendendo suas propriedades para latifundiários e polític os mais espertos e outros sendo enganados, com a promessa de arrendamento futuro para empresas do ramo.

Há que se perguntar...

Qual o preço se deve pagar pela dita "energia limpa"? ... a perda da biodiversidade?.
A quem servirá? estamos realmente precisando de energia? queremos substituir as outras fontes ou criar um produto valioso?

O fato é que o assunto tem sido pouco debatido e restam muitas dúvidas a seu respeito.

texto de :
Geraldo Onofre de Souza
INEMA-Juazeiro

2 comentários:

Joana Latino Americana disse...

Os Parques eólicos estão sendo construídos em áreas de conservação´da biosfera, como no caso de Morro do Chapéu, onde a prefeitura está em processo de revogação de proteção de parte de seu parque municipal... O desenvolvimento tem o custo da vida dos homens.

Ademário Barbosa disse...

Acredito que tudo passa por um rigoroso planejamento que envolve o custo/benefício social, ambiental e econômico desta atividade. Entretanto, a cada dia que passa, tenho a clareza que tais proposições deveriam ser tomadas por um corpo, especificamente técnico, capaz de dinamizar de forma harmônica, essas três forças. No entanto, sabemos que o montante investido é bastante elevado e, o "LOB" dos empresários sobre os políticos/investidores é forte.

Daí, querer que político tome decisão técnica, quando tem envolvido um grande volume de recurso, penso ser ingenuidade nossa.

Tenho certeza que, se fosse para termos implementações de políticas públicas, de forma responsável, todos os órgãos de controle e fiscalização dispunham de estrutura física e de pessoal capaz de dar as respostas que tanto a sociedade almeja. Porém o que vemos é o crescente déficit de fiscais e o sucateamento desses setores.

Aos cidadãos, coube o árduo dever de fazer o papel do Estado. Se expondo aos mais variados riscos de morte para facilitar a vida dos representantes ambientais e/ou fiscais das Leis.

Lutar é preciso, mas sabemos que as armas estão do outro lado da trincheira !!!

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