quarta-feira, 22 de junho de 2011

Ministro defende investimento de 7% do PIB em educação; entidades pedem 10%

Agência Câmara de Notícias. 15/06/2011 20:36. Notícias.

http://www2.camara.gov.br/agencia/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/198783-MINISTRO-DEFENDE-INVESTIMENTO-DE-7-DO-PIB-EM-EDUCACAO;-ENTIDADES-PEDEM-10.html

Ministro defende investimento de 7% do PIB em educação; entidades pedem 10%

Brizza Cavalcante
Fernando Haddad (ministro da educação), dep. Gastão Vieira (presidente), dep. Teresa Surita (1ª vice-presidente) e Dep. Angelo Vanhoni (relator)
Fernando Haddad (E) disse que o governo está “aberto ao diálogo”.
 
O ministro da Educação, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que a meta de ampliação do investimento público em educação de 5% para 7% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020 é “lógica”. A declaração foi dada em um auditório lotado de professores e representantes de entidades civis que pedem a aplicação no setor de pelo menos 10% do PIB em dez anos. 
 
A meta está prevista na proposta do governo, em tramitação na Câmara, que estabelece o Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10). O projeto já recebeu quase 3 mil emendas de deputados – muitas delas preveem o aumento das verbas para a área. 
 
De acordo com Haddad, o valor levou em consideração as promessas de campanha da presidente Dilma Rousseff e os recursos necessários para que as metas previstas no projeto sejam atendidas. Segundo ele, a mudança representaria anualmente R$ 80 bilhões a mais para o setor. 
 
O ministro também argumentou que o aumento de 2% em dez anos corresponde à ampliação do investimento público feito na área nos últimos anos. Segundo ele, foram destinados à educação, em média, 0,2% do PIB a mais por ano nos últimos cinco anos. 
 
Haddad disse, porém, que o governo está disposto a negociar novos valores. A proposta que estabelece o PNE prevê 20 metas com temas diversos, além do financiamento do setor, como educação básica e superior, ensino especial, índices de qualidade e remuneração dos professores.

Os deputados Gastão Vieira e Emiliano José analisam o Plano Nacional de Educação na TV Câmara.

“Agora é fazer conta. Temos verificar se as metas serão modificadas para mais e qual o impacto financeiro disso. Estamos à disposição para dialogar sobre um plano exequível”, disse Haddad. 

O debate com o ministro da Educação foi organizado pela comissão especial destinada a analisar a proposta do PNE. O prazo para emendas à proposta do governo já foi encerrado. Contudo, caso o relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), apresente um substitutivo a texto, o prazo será reaberto. A expectativa é que Vanhoni apresente seu parecer até o próximo mês de agosto.

Metas tímidas
 
Deputados presentes à reunião classificaram de tímidas as metas previstas na proposta do PNE. Além da meta de investimentos públicos, criticada por Ivan Valente (Psol-SP) e Fátima Bezerra (PT-RN), os deputados destacaram outros pontos que, segundo eles, ainda podem ser “mais ousados”. Fátima Bezerra, presidente da Comissão de Educação e Cultura, defendeu a ampliação de 33% para 40% da meta de atendimento dos jovens de 18 a 24 anos no ensino superior. 
 
A deputada, que apresentou cerca de 400 das quase 3 mil emendas à proposta, também sugeriu a equivalência entre os salários dos professores e aqueles dos outros profissionais de nível de escolaridade equivalente. O projeto do governo prevê apenas a “aproximação” dessas remunerações.

Ensino profissional
 
Uma das metas consideradas “pouco ousadas” durante a reunião foi a previsão de duplicação das matrículas da educação profissional técnica de nível médio até 2020. Fernando Haddad, porém, admitiu que esse número foi subestimado e pode ser revisto.
 
Para o deputado Artur Bruno (PT-CE), o ensino profissional foi desvalorizado durante anos e precisa de um investimento maior que aquele recebido pelos outros níveis de ensino. “O resultado das políticas equivocadas dos governos anteriores é que hoje vemos um apagão de mão de obra qualificada no País”, disse.Segundo Haddad, a meta de duplicação das matrículas do ensino profissional médio deve já em 2014. A aceleração, de acordo com o ministro, deve-se ao Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), instituído por um projeto de lei em tramitação na Câmara (PL 1209/11). O programa estabelece oferta de bolsas para estudantes, garantia de financiamento na rede privada de ensino e expansão das vagas em escolas públicas.
Íntegra da proposta:
Reportagem – Carolina Pompeu
Edição – Ralph Machado

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